Obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos no Brasil. Entre as principais consequências estão o aumento de casos de diabetes e problemas cardiovasculares, além do aumento dos níveis de colesterol e triglicérides. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a obesidade infantil já atinge cerca de 10% das crianças brasileiras. Nutricionista Ana Carolina Salge Roldão afirma que a obesidade é uma realidade da sociedade atual, vem crescendo e deve ser combatida com a educação alimentar.
Segundo a nutricionista, a obesidade é causada por hábitos, mas, também por fatores genéticos. Geralmente, é uma espécie de desnutrição já que a pessoa não ingere todos os nutrientes necessários, o que desencadeia um desequilíbrio aparente através do peso excedente.
Há algumas décadas as brincadeiras da infância eram o pique-pega, a bandeirinha ou a queimada. Mas, hoje, as crianças têm outras diversões, como o computador, o vídeo-game. “A atividade infantil passou a ser dentro de casa e o sedentarismo, uma prática comum”, analisa Ana Carolina.
E, para ela, a principal causa disso é que as crianças têm repetido os hábitos dos pais. “Eles não têm mostrado bons exemplos de saúde. Por isso, a criança passa a buscar o mesmo caminho através daquilo que é fácil, como sorvetes, salgadinhos industrializados e lanches rápidos. E além de alimentarem-se com fast food as crianças deixaram de praticar atividades físicas”, destaca a nutricionista.
A especialista revela que o exemplo é a peça chave para o aprendizado alimentar da criança. “Como incentivar a criança a comer verduras e frutas se o próprio pai ou mãe não comem? Então é preciso um trabalho completo no ambiente familiar, especialmente com os adultos”, destaca.
A nutricionista alerta que enquanto o adulto tem dificuldade para fazer regimes, as crianças também sofrem com os agravantes psicológicos. “Na ansiedade de querer perder peso e sem estrutura psicológica formada, as crianças acabam não conseguindo fazer mudança de hábitos sozinhas. Pulam refeições, o que piora o quadro”, revela.
Dicas. Para ajudar os pais, a nutricionista destaca que, crianças e adolescentes que têm dificuldade para comer verduras, legumes e frutas o ideal é tornar a alimentação, e até mesmo o regime, algo atraente e divertido. “Deve ser colocada uma verdura no meio da carne e fazer um hambúrguer de abobrinha, um suflê de frutas. É interessante produzir pratos coloridos, saladas enfeitadas, com desenhos que chamem a atenção. Esse incremento proporciona vontade de comer e mantém todos os nutrientes necessários. E é importante incentivar a atividade física prazerosa, algo que seja da escolha da criança”, frisa Ana Carolina.
Fonte: JM Online