Tecnologias adptadas para evitar perdas com mudanças climáticas

Agroecossistemas com manejo de cultura e solo conservacionistas e sustentáveis beneficiam o ambiente e a produção

Ainda há muito a se pesquisar sobre os efeitos das mudanças climáticas na agricultura. Mas já se sabe que alguns fatores naturais, como aumento da temperatura, mudança na frequência das chuvas e eventos extremos, como enchentes e secas, vão obrigar os produtores a renovar algumas práticas agrícolas. Com o objetivo de prever as novas necessidades e antecipar tecnologias para esse fim, a Embrapa Hortaliças desenvolve um trabalho de pesquisa com diversas espécies. Os resultados preliminares já indicam algumas técnicas a serem adotadas, como aumentar o período de horas de frio, intensificar a luminosidade e submeter a lavoura a um tempo mínimo de insolação.

De acordo com o pesquisador Ítalo Guedes, pode-se afirmar com base em dados científicos que tais mudanças causarão impactos sobre a produção mundial, que podem até ocasionar o fim da produção de algumas culturas em determinadas regiões, o que é chamado de migração dos cultivos.

Por inadequação climática, tanto de temperatura quanto de regime pluviométrico, além da frequência de eventos extremos, tudo isso pode causar a transferência de áreas de produção para outras regiões. Por isso, todos os produtores agrícolas vão precisar se adaptar, mesmo que os cenários de mudanças climáticas mais alarmantes não venham a se concretizar – explica.

Segundo o pesquisador, a adaptação dos agroecossistemas, com técnicas de manejo de cultura e solo mais conservacionistas e sustentáveis, além de potencialmente mitigar os efeitos das mudanças climáticas, beneficia o meio ambiente e a produção. Uma das tecnologias já existentes que podem contribuir para esse quadro é o Sistema Plantio Direto. Comum em culturas como milho, trigo e soja, o sistema também pode ser adotado com hortaliças.

Ao manter no solo uma quantidade maior de palha, e consequentemente de matéria orgânica, isso melhora o sequestro de carbono do solo, principal gás do efeito estufa. É uma tecnologia que a Embrapa Hortaliças já vem desenvolvendo e que temos projetos de adaptações para hortaliças a condições de seca e temperaturas mais altas com a utilização de resíduos da carvoaria, por exemplo – conta o pesquisador.

Fonte: Portal do Agronegócio / Mídia News