Por meio de um convênio com o Ministério da Agricultura, o estado vai capacitar pequenos produtores em comércio exterior. Hoje existem menos de 10 empresas cearenses exportadoras.
Os produtores de plantas ornamentais do Ceará se preparam para disputar o mercado externo. A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Floricultura, ligada ao governo do estado, firmou um convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com o objetivo de unir produtores interessados nas vendas externas num consórcio e capacitá-los a exportar.
O Ceará já é o segundo maior exportador de flores e plantas ornamentais do Brasil, atrás apenas de São Paulo, e o primeiro em rosas, mas, de acordo com o presidente da Câmara Setorial, Gilson Gondim, dos mais de 200 produtores do estado, menos de 10 atuam no mercado externo. “Só algumas empresas de maior porte exportam”, disse.
Ele ressaltou que, apesar de ser muito forte no setor agrícola, o Brasil tem uma participação pequena no comércio internacional de flores. Segundo Gondim, no ano passado o ramo de plantas ornamentais movimentou cerca de US$ 15 bilhões no mundo, mas as exportações brasileiras somaram apenas US$ 37 milhões, sendo que o Ceará respondeu por US$ 5 milhões.
Só para dar uma idéia, ele disse que países latino-americanos bem menores, como a Costa Rica e o Equador, foram responsáveis por exportar US$ 250 milhões e US$ 400 milhões, respectivamente, em 2008.
Com o projeto em parceria com o Mapa, a idéia é ampliar o número de exportadores do estado a partir de fevereiro. O convênio prevê o fornecimento de serviços de consultoria para capacitar os produtores a exportar e a formação do consórcio, que proporcionará ganho de escala. Apesar das vendas externas pequenas, o setor movimenta quantias consideráveis no mercado interno brasileiro, cerca de US$ 3 bilhões por ano.
O consórcio, segundo Gondim, vai buscar também novos mercados. Hoje o Brasil exporta plantas basicamente para Holanda e Estados Unidos. A intenção é trabalhar mercados como Itália, Espanha, França e Inglaterra. “A Inglaterra é hoje o mercado que mais cresce neste setor”, afirmou o executivo.
A Holanda, que absorve cerca de 60% das exportações brasileiras, é um tradicional entreposto de reexportação de flores, abastecendo boa parte da Europa e outros destinos ao redor do mundo. Pelo projeto, os produtores cearenses pretendem evitar os intermediários e buscar diretamente os destinos finais.
De acordo com Gondim, um mercado que o setor pretende investir no futuro é o do Oriente Médio. “Temos muita afinidade com os países do Oriente Médio”, declarou.
Ele acrescentou que o estado tem uma série de diferenciais que lhe garantem competitividade. O primeiro é o sol que brilha o ano inteiro. “Quem faz a planta crescer é o sol, e o temos como aliado”, declarou.
Além disso, o executivo destacou que o Ceará tem vôos diários e diretos aos Estados Unidos e à Europa, além do Porto de Pecém, que conta com uma câmara fria para armazenagem de plantas. Gondim disse ainda que o custo de produção de plantas é baixo em toda a região Nordeste.
Com as ações de promoção, ele acredita ser possível agregar mais US$ 1,5 milhão às exportações cearenses já em 2010 e duplicar as receitas em cinco anos.
Fonte: Agência Notícias Brasil Árabe