Objetivo da iniciativa é reunir os produtores para que juntos possam exportar, comprar matéria-prima e criar um centro de distribuição, além de incentivar a formalização dos mais de dois mil empreendedores informais que atuam no setor
Em junho, os produtores formais do setor de floricultura do Ceará ganharão seu primeiro consórcio de exportação. Quem garante é o presidente da Câmara Setorial da Cadeia de Flores e Plantas Ornamentais, Gilson Gondim. Segundo ele, o principal objetivo é reunir os produtores para que juntos possam exportar, comprar matéria-prima e criar um centro de distribuição. A Câmara Setorial também espera que a iniciativa estimule os mais de dois mil produtores do setor que hoje estão na informalidade, a buscar a formalização.
Gilson explica que a criação do consórcio é uma necessidade do setor. Para sua criação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio do departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural (Denacoop), irá aportar recursos na ordem de R$ 70 mil. Esse valor será repassado pelo Instituto Frutal, que hoje possui convênio firmado com o MAPA. “Inicialmente, uma empresa de consultoria foi contratada para ouvir dos empresários quais são as necessidades do setor”, explica Gilson.
Ele acredita que o consórcio será uma excelente saída para ampliar, por exemplo, o mix de produtores oferecidos pelos produtores brasileiros no mercado externo. “Um produtor que exporta sozinho tende a oferecer apenas um ou dois produtos. Também esperamos que os produtores que estão na informalidade busquem se formalizar, seja pelo empreendedor individual, seja adquirindo o Registro Nacional de Mudas e Sementes, expedido pelo Ministério da Agricultura”, afirma. Hoje a exportação de flores, plantas e sementes do Estado do Ceará está concentrada em apenas oito empresas, que exportaram US$ 5 milhões em 2009.
Aumentar o número de empresas exportadoras é uma necessidade do setor de flores e plantas ornamentais do Ceará e de todo o restante do país. Segundo dados recentes da Secex compilados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), o valor das exportações dos produtos da floricultura brasileira encerrou o ano com US$ 31,5 milhões, representando queda de – 11,4% em relação a 2008. Por outro lado, o valor das importações em 2009, US$ 20 milhões, apresentou um acréscimo de grande magnitude, 41,5% em comparação com o ano anterior.
Conforme análise do IEA, assinada pelos pesquisadores Ikuyo Kyuna, José Alberto Angelo e Paulo José Coelho, a crise financeira internacional, ocorrida no fim de 2008 e início de 2009, foi um atenuante e não o fator principal para o resultado do setor no ano passado.
O presidente da Câmara Setorial, porém, discorda. “Durante a crise financeira, várias empresas no exterior quebraram. O que nos manteve foi o mercado interno, que hoje tem potencial para consumo de R$ 3 bilhões em flores e plantas ornamentais”, informa.
Principais destinos – Em 2009, as exportações brasileiras tiveram como destino 42 países, dos quais dois parceiros comerciais absorveram 78,1% do valor das vendas ao exterior. Embora a Holanda continue invicta como destino principal dos produtos em termos de valor comercializado (US$18,6 milhões), respondendo por 59,1% do total, pela primeira vez a magnitude da queda (-15,5%) superou o do segundo parceiro comercial mais importante, os Estados Unidos. Neste caso, o valor comercializado foi de US$6 milhões (18,9% da fatia) com queda no valor comercializado (-6,4%).
Fonte: Agência Sebrae de Notícias