Por Mauro Zafalon
Soja e milho continuam entre os produtos que mais geram volume de renda para os produtores brasileiros. Cebola, batata e frutas começam a abocanhar, no entanto, uma fatia maior do Valor Bruto da Produção nacional.
Esse aumento de participação se deve basicamente ao maior uso de tecnologia e à elevação da produtividade nesses itens, segundo José Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura.
Ele coloca como destaques cebola, batata, banana, uva, tomate, alho e mandioca.
O coordenador alerta que o avanço desses produtos – até então com menor expressão no cenário de produção- é muito importante.
Além de gerar mais renda, abrange um número maior de trabalhadores no campo, já que são setores que empregam muita mão de obra no sistema de produção.
Um exemplo é a cebola, diz Gasques. A renda com esse produto subiu para US$ 2,65 bilhões neste ano, com aumento de 124% em relação ao valor obtido pelos produtores no ano passado.
Essa evolução tão grande colocou Santa Catarina como líder em aumento percentual do Valor Bruto de Produção neste ano. A alta foi 31%.
Assim como a cebola elevou a renda dos catarinenses, o tomate -importante na produção dos goianos- derrubou a renda no Estado.
Neste ano, o valor da produção do tomate caiu para R$ 4,6 bilhões, 9,3% menos do que em 2009.
Os sete produtos listados pelo coordenador do Ministério da Agricultura tinham participação de 9,8% na renda total da produção em 2008. Neste ano, o percentual subiu para 17%.
O valor total da produção dos 20 principais produtos atingiu R$ 161,1 bilhões neste ano, com base em dados de julho. O valor mostra queda de 0,4% em relação a 2009.
Os destaques são cana-de-açúcar e café. Produção e preços melhores elevaram a renda na cana para R$ 29,6 bilhões, 10,2% mais do que a do ano passado.
No mesmo período, o café atingiu R$ 13,5 bilhões -aumento de 20,1%-, segundo dados de Gasques.
Os números – O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) divulga hoje dados de oferta e demanda de soja e milho referentes à safra 2009/10. Os números devem indicar produtividade maior e importações de soja, pela China, superiores a 50 milhões de toneladas.
Abaixo – A exportação de arroz de março a julho somou 228 mil toneladas, 53% menos do que em igual período de 2009. Quebra de safra e recente alta de preços das demais commodities podem auxiliar as vendas externas em 2010/11.
Custos – O custo de produção semidireto de arroz será de R$ 29,01 por saca de 50 quilos na safra 2010/11 no Sul, acima dos R$ 27,66 de outubro de 2009, segundo o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz). Produtividade menor e juros dos financiamentos pressionam.
SLC – A empresa teve prejuízo líquido de R$ 4,2 milhões no segundo trimestre deste ano.
Adaptação – Buscando se adequar às exigências do mercado, a Dal Pizzol poderá comercializar vinhos varietais em garrafas de 375 ml. A empresa obteve alta de 25% nas vendas de espumantes em meia garrafa neste ano.
Demanda – “Há um público crescente que mora sozinho ou exige esse tipo de embalagem nos restaurantes”, diz Dirceu Scottá, enólogo da Dal Pizzol.
Fonte: Agrolink