Consumidores em todo o Brasil dizem que vão consumir mais no próximo ano

Mais empregos, mais negócios, carros, imóveis e viagens. O brasileiro, de modo geral, está otimista em relação à economia em 2010, revela pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), divulgada no início do mês de dezembro. A entidade realizou duas pesquisas: Pesquisa Nacional 2008-2009, feita em 12 estados com 1,2 mil consumidores; e a sondagem Perspectiva 2010 – Varejo e Consumidor, realizada na cidade de São Paulo com 250 consumidores e 250 empresários.

Mais de 80% dos consumidores acreditam que irão consumir mais em 2010. Esse resultado é amplamente relacionado com a perspectiva de emprego. Os empresários parecem acreditar que 2010 será um ano de retomada na indústria e manutenção do consumo. Pretendem elevar o número de vagas de trabalho em suas empresas e esperam aumento nas vendas.

Com maior número de empregados e mais vendas, mais de 50% dos empresários responderam que os resultados serão “muito positivos” no ano que vem. “As condições para o bom desempenho do varejo estão flagrantes”, disse o professor Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Fecomércio/SP.

Segundo ele, a estimativa é que em 2010 o PIB na Região Metropolitana de São Paulo cresça cerca de 5%. “Essa é uma média, já que a expansão de bens duráveis pode chegar aos 8%”. Se o varejo está crescendo, a indústria encolheu cerca de 7% este ano. “Com uma demanda de consumo, pode ser que faltem produtos no Natal e no início do ano que vem no comércio.”

Na análise do diretor-executivo da Fecomercio, 2009 começou para o varejo com queda de 3% em janeiro, mas logo os consumidores perceberam que salários e empregos se mantiveram. “Chegamos em abril e maio com uma queda de apenas 1% em relação a igual período de 2008”.

O segundo semestre, com as políticas do governo para estimular as vendas, Borges diz que o comércio brasileiro irá se recuperar plenamente, prevendo um aumento de 12% em dezembro, com relação a 2008. “No ano, o varejo vai crescer 4% comparado a 2008”, disse.

O cenário positivo em São Paulo não se reflete no resto do mundo. O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, disse que o comércio mundial deve recuar mais de 10% em 2009, com a crise econômica e financeira, o que constitui uma queda inédita.

Mais de 20 milhões de postos de trabalho foram cortados desde o início da crise econômica mundial, em outubro de 2008, revela um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado no início de dezembro. O relatório alerta ainda que quase 43 milhões de pessoas correm o risco de serem excluídas do mercado de trabalho.

BOM NATAL

A expectativa da Fecomércio-SP é que as vendas no comércio da Região Metropolitana de São Paulo para o Natal tenham crescimento de 12% com relação ao mesmo período do ano passado. A alta deve ser puxada pela venda de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que deve crescer 27%, influenciada pela redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a linha branca.

Em 2008, 57% dos entrevistados abriram mão de algum sonho de consumo (eletrodomésticos, aparelhos de TV e som) por conta do cenário negativo que se vislumbrava. Neste ano apenas 21% dos entrevistados não estão dispostos a consumir no Natal.

O câmbio barato parece não afetar a decisão de viagens neste final de ano, já que apenas 9% (índice nacional) dos entrevistados pretendem viajar para o exterior. A demanda, segundo a Fecomércio, está concentrada em viagens pelo Brasil.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega disse esperar “que não faltem geladeiras, fogões e TVs de LCD”. Segundo ele, o comércio no Brasil deverá mostrar a vigor da recuperação neste final de ano, pois o mercado interno está muito aquecido. “O povo brasileiro está consumindo porque constituímos um grande mercado interno. São mais de 100 milhões de habitantes da classe média comprando. Este final de ano será muito bom para o comércio”.

Segundo o diretor-executivo da Fecomércio, poderá haver falta de produtos principalmente nas linhas mais populares. “Há muito o comércio não tem o hábito de estocar. Com a retração da produção industrial, eu não duvido que alguns produtos faltem no Natal”, disse.

NO BRASIL

Uma pesquisa realizada entre os dias 16 e 23 de novembro e divulgada no início do mês pela Serasa revela que de um total de mil varejistas no Brasil, 53% esperam faturamento maior neste Natal em relação ao mesmo período do ano passado, 31% projetam estabilidade e 16% aguardam recuo.

“Nos últimos cinco anos (desde 2005), este é o segundo melhor Natal em termos de otimismo, perdendo apenas para o de 2007 (61%)”, disse a Serasa, em nota à imprensa. No ano passado, em razão dos efeitos da crise global, 39% dos sondados previam crescimento no faturamento, 32% esperavam estabilidade e 29% aguardavam redução.

Dentre os presentes que devem se sobressair no fim de ano, estão celular (27%), roupas, calçados e acessórios (26%) e eletrônicos (12%). Um ano antes, os principais presentes foram celular, roupas e calçados e eletrodomésticos. “Com a normalização do crédito, juros mais baixos e mais importados no mercado, por conta do real valorizado, os eletrônicos recuperam a posição entre as opções de presentes”, segundo a empresa.

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Fonte:
Agência Sebrae de Notícias
Beth Matias – Jornalista