Por Marli Moreira
O consumidor mais atento pode observar que, entre as gôndolas de hortifrutigranjeiros nos supermercados, estão cada vez mais presentes os vasos de violetas, orquídeas, crisântemos, gérberas, rosas, lírios, antúrios, só para ficar nas flores mais populares. Mesmo não sendo produtos de primeira necessidade, flores e plantas ornamentais fazem parte de um setor que está em expansão e que deve crescer 15% este ano.
A projeção foi apresentada pelo presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Kees Schoenmaker. Ele aposta em um faturamento próximo de R$ 4 bilhões este ano e acredita em crescimento constante, pelo menos, nos próximos três ou quatro anos.
Segundo Schoenmaker, essa evolução tem ocorrido graças ao aquecimento do mercado interno com “a migração das classes D e E para a classe C” e exportações menos vantajosas diante da valorização do real. Para fora do país, de acordo com ele, têm seguido mais bulbos e mudas.
Quanto ao mercado interno observa: “Há uma coisa muito importante na mudança de comportamento porque, antes, as pessoas compravam flores em épocas especiais para presentear. Hoje, a gente nota que elas estão levando os produtos para consumo próprio”. Schoenmaker também atribui o bom desempenho do setor aos investimentos tecnológicos no desenvolvimento de novas variedades, nos ganhos de produtividade e na expansão da área de paisagismo no país.
Ele conta que houve avanço nas pesquisas genéticas, com adaptações de espécies às condições climáticas do Brasil, e nos processos de armazenagem e transporte, sob proteção de câmaras frias para evitar perdas diante de temperaturas mais altas.
No entanto, o empresário lamenta a carência de mão de obra, principalmente, na região de Holambra, a cidade das flores, a 140 quilômetros da capital paulista. O município concentra a maior feira de negócios do setor na América Latina, a Expoflora, aberta no último dia 2 e que prossegue até o dia 26, reunindo 200 produtores responsáveis por 30% do comércio brasileiro de flores e plantas e por 80% das exportações.
Para o presidente da Ibraflor, a proximidade com os municípios de Mogi-Mirim e Campinas, com grande oferta de empregos na área industrial, faz com que os trabalhadores de Holambra tenham mais opções de escolha. Daí vem a dificuldade de preencher as vagas no setor. Dados dos organizadores da Expoflora indicam que durante o evento são gerados 1,8 mil empregos diretos e cerca de 3,2 mil indiretos. E os contratos temporários preenchem em torno de 5 mil vagas.
Fonte: Agência Brasil