Exportações de frutas garantem mais lucros em ano de “mar agitado”

 
 
Bruno Rios
reportagem
 

O dinheiro envolvido nas exportações de frutas frescas brasileiras aumentou 7,97% nos três primeiros meses de 2010 em comparação com o mesmo período de 2009. Esse aumento animou o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Jean-Paul Gayet, que destacou ao PortoGente a influência positiva que produtos como melão, maçã, limão e manga tiveram nesse expressivo avanço.

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Entre janeiro e março, os produtores nacionais de frutas receberam mais de R$ 205 milhões em negociações com o mercado estrangeiro, ante R$ 191 milhões do ano passado. Jean-Paul explica que as nações europeias e os Estados Unidos ainda são os maiores compradores, porém houve diversificação de mercados com um aumento de 30% na exportação para países como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Líbia e Omã.

“O aumento não foi somente no dinheiro, mas também no volume movimentado. A quantidade de frutas enviadas ao exterior subiu 0,6% e tivemos uma safra de boa qualidade este ano. O único problema pontual é que nós temos que lidar com as incertezas habituais da atividade, como o clima e dúvidas como se o Brasil irá escapar da crise e se a demanda vai continuar estável”.



Fonte: Secex/elaboração Ibraf em abril de 2010

Nas palavras do próprio presidente da Ibraf, órgão que comanda há dois meses, “2010 está parecendo mais um ano de mar agitado do que de tempestades”. Pelo nome, é fácil perceber a origem de Jean-Paul Gayet. Franco-brasileiro, ele nasceu em Le Mans em 1946 e naturalizou-se brasileiro em 1980. Hoje, é especialista em administração, marketing e comercialização de frutas.

Tanta experiência não o faz se acomodar. Apesar de pretender priorizar o mercado interno, ele garante que não descuidará das exportações. “Só desse jeito o Brasil continuará sendo visto como um fornecedor confiável”.


Pequenos produtores brasileiros de frutas enviam 90% de suas cargas ao exterior por navios, que levam de 15 a 25 dias para efetuar o transporte