Flores: consórcio eleva ganho

Ceará exporta US$ 35 mi em flores por ano. Comércio desse setor movimenta no mundo de US$ 40 a US$ 50 bi

Por Silvana Tarelho 

Sistema deve alavancar exportações da floricultura do Ceará, seguindo exemplo de outras experiências no País. A exportação de flores no Ceará deve ganhar impulso com a criação de um consórcio entre os produtores do setor. Não se espera menos de 50% de crescimento da produção em três anos. A expectativa “realista” é do consultor do Ministério de Agricultura (Mapa), Aziz Galvão da Silva Júnior, com base na experiência de três consórcios no agronegócio brasileiro que podem servir de modelo para o Ceará.

O Instituto Frutal está gerenciando a instalação do consórcio de floricultores no Estado e, para isso, elabora um estudo a partir de uma demanda do Mapa. Em quatro meses, entre reuniões e visitas a produtores, o consórcio deve ser criado.

Segundo Galvão, que é também professor da Universidade Federal de Viçosa e orienta a parte técnica do estudo, o maior consórcio do agronegócio no Brasil reúne cerca de 40 cooperativas de produtores de grãos no Mato Grosso. Há também consórcios de apicultores, no Piauí, e de grãos, no Paraná.

Reunião

Para dar início aos trabalhos de instalação do consórcio no Estado, o Instituto Frutal e a Câmara Setorial de Floricultura da Adece (Agência de Desenvolvimento do Ceará) se reuniram ontem para definir o consórcio de flores do Estado. Uma segunda reunião acontece hoje, às 8h30, na Adece. De acordo com o presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel, a reunião de hoje vai traçar as linhas do sistema: “Como serão feitas as compras, vendas, o que é o consórcio, quem vai participar”. Ele destaca que a iniciativa é pioneira.

Estudos

Galvão diz que o ministério contratou cinco estudos no Nordeste e Norte para implantar o sistema de consórcios. “São estudos sobre a potencialidade da floricultura do Ceará, do açaí no Amapá, do cacau em Ilhéus e Itabuna, na Bahia, de sucos em Alagoas, e de frutas em Petrolina, Pernambuco”, diz. “Os estudos vão avaliar o potencial dos estados. Os consórcios visam aumentar a competitividade e as exportações destes setores do agronegócio a fim de aumentar suas inserções no mercado nacional e internacional”.

De acordo com o professor, a floricultura no Brasil é insignificante no mercado internacional com participação menor de 1%. “O Ceará tem condições favoráveis para ser locomotiva desse crescimento”, analisa Galvão.

Atualmente, o Estado exporta US$ 35 milhões em flores por ano. O comércio deste setor movimenta no mundo entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões.

Fonte: Diário do Nordeste