Governo debate metas para Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

Gestores e técnicos do governo federal se reúnem nos dias 9 e 10 de março de 2016, em Brasília (DF), para discutir os desafios do acesso de todos os brasileiros a uma alimentação adequada e saudável. O encontro tem por objetivo a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PlanSan) para o quadriênio 2016-2019.

A primeira edição do PlanSan foi realizada entre 2012 e 2015. No encontro, Arnoldo de Campos, secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), apresentou as principais conquistas alcançadas pelo PlanSan.

“Nos últimos anos ocorreu uma redução muito forte da pobreza e da desigualdade, insegurança alimentar, desnutrição e da mortalidade infantil. Houve o aumento do poder de compra de alimentos pela famílias e, ao mesmo tempo, novos fenômenos se intensificaram no país, como o aumento do excesso de peso, obesidade e doenças crônicas decorrentes da má alimentação”, afirmou Arnoldo de Campos.

Insegurança alimentar

Elaborado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), o plano prevê ações do governo para reduzir a pobreza rural, ampliar a disponibilidade hídrica, o acesso ao consumo da água, promover a produção, o abastecimento e o consumo de alimentos saudáveis, entre outras.

Os debates para construção do plano para o quadriênio 2016-2019 terão como pontos principais o combate à insegurança alimentar e nutricional de grupos populacionais como quilombolas e indígenas, a produção sustentável com foco na agroecologia e o enfrentamento à obesidade.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, o excesso de peso já atingiu 55,6% dos homens adultos e 58,2% das mulheres adultas, dos quais 16,8% e 24,4%, respectivamente, estavam com obesidade.

Uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos já estão com sobrepeso no Brasil. Em números, estima-se que o excesso de peso já atingiu cerca de 74 milhões de brasileiros.

A Caisan elaborou uma estratégia de controle da obesidade que visa à valorização dos alimentos regionais, estímulo ao consumo de grãos integrais, leguminosas, oleaginosas, frutas, hortaliças e pescados, além da prática habitual de atividades físicas.

Em sua apresentação, Arnoldo Campos destacou que cinco Objetos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) têm relação com o direito humano a uma alimentação adequada, entre eles acabar com a fome, com a pobreza e garantir o manejo sustentável da água.

Cooperação internacional

Uma das prioridades do plano é expandir a participação do Brasil em ações de cooperação internacional no combate à fome e à pobreza, com ênfase na integração latino-americana. Alan Bojanic, representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, afirmou que o Brasil canaliza, por meio da FAO, ao menos US$ 50 milhões em projetos de cooperação com outros países.

Maria Emília Pacheco, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), informou que não há soberania e segurança alimentar e nutricional no país sem o fortalecimento dos agricultores familiares e das populações tradicionais.

Secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Givânia Maria da Silva disse que os negros são as pessoas que ainda vivem com maior grau de insegurança alimentar.

A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional é integrada por 15 ministérios, além da Casa Civil e das secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e da Secretaria Geral da Presidência da República.

Fonte: Agência Brasil