Pequenos núcleos de produção familiar se mantêm vivos em diversos bairros da cidade
Durante o horário de almoço, o pedreiro Julio César de Oliveira, 28 anos, gosta de descansar na praça próxima a Escola Municipal José Delibo, no bairro Castelo Branco Novo. Como sobremesa, ele colhe jabuticabas, e para isso não precisa ir longe: basta atravessar a rua. É bem ali, entre casas, prédios e uma pista de skate, que o agricultor Anésio Fernandes Câmara, 48 anos, cultiva hortaliças e frutas sem precisar de máquinas ou funcionários.
Em Ribeirão, ainda é possível encontrar essas pequenas hortas urbanas, produções familiares que alimentam o comércio e a população vizinha. “A maioria não usa agrotóxicos e a água dessas hortas são de melhor qualidade, pois vêm de nascentes”, disse a especialista em produção de hortaliças da Unesp de Jaboticabal Leila Trevisan Braz. Para ela, as hortas urbanas possuem um papel fundamental na economia informal do bairro. “Como 90% delas é de hortaliças de folhas, acaba suprindo as necessidades de quitandas, feiras e vizinhos.”
Na região da Avenida do Café também é fácil encontrar pequenas hortas. Às terças, quintas e sábados, o agricultor Natal Eduardo Querido, 51 anos, monta uma banca na marginal da Rodovia Bandeirantes para vender sua produção. Porém, não é somente nesses dias que ele recebe visitas. “Trabalhadores da USP e do HC passam aqui. Moradores de Sertãozinho e do bairro também. Na época de calor e chuva, aparece gente que nunca vi na vida”, contou o agricultor, que chega a vender 400 maços de alface a feirantes aos sábados.
Fonte: Gazeta de Ribeirão