A Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002-2003 já mostrou que as famílias estão gradualmente substituindo a tradicional dieta do brasileiro (arroz, feijão, hortaliças) por bebidas e alimentos industrializados, como refrigerantes, biscoitos, carnes processadas e comidas prontas. Esses dados estão sendo atualizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que deve divulgá-los na próxima semana, com o detalhamento da pesquisa de 2008-2009.
A primeira parte da pesquisa, divulgada em agosto último, mostrou que mais de 30% das crianças brasileiras entre cinco e nove anos de idade, exatamente na faixa de maior vulnerabilidade ao marketing agressivo da indústria de alimentos, apresentam sobrepeso. A obesidade atinge 14,3% das crianças dessa faixa etária, com peso maior sobre os meninos (16,6%) do que sobre as meninas (11,8%), conforme a pesquisa de 2008-2009.
Na faixa superior, entre 10 e 19 anos, o problema maior é o do sobrepeso que afeta cerca de 20% desses jovens brasileiros (os obesos são 4,9%). Acima dos 20 anos, o sobrepeso atinge 48% das mulheres e 50,1% dos homens. A situação se agrava entre os 20% mais ricos, onde o excesso de peso atinge 61,8% da população com idade superior a 20 anos enquanto a obesidade aflige 16,9%.
Alguns estudos revelam que as crianças tendem a substituir alimentos saudáveis por não saudáveis quanto mais expostas à televisão, especialmente se assistirem aos programas e às propagandas quando estiverem comendo. Pesquisadores australianos mostraram, em 2009, que haveria redução entre 13,5% e 18% da obesidade infantil só com a retirada da publicidade de alimentos da televisão.
Fonte: Agência Senado