Produtor rural que almeja alcançar excelentes resultados de produção tem de estar atento às características físicas, biológicas e químicas do solo de sua propriedade, tem que ter a consciência que parte dos problemas técnicos vivenciados nas lavouras atualmente é fruto da monocultura.
Quem faz a recomendação é Leandro Zancanaro, pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT. Segundo ele, produtor e equipe tem de estar convencidos de que o solo, juntamente com o ambiente (condições climáticas) e a cultura (genética) são os pilares da produção; de que o solo responde de forma diferente a cada prática de manejo que é realizado, reagindo positivamente ou negativamente; e de que o tempo (cronológico) interfere e muito, na avaliação de cada sistema de manejo do solo. “Antes de tudo o produtor tem que fazer um bom diagnóstico de cada campo ou partes de um campo. Isto é fundamental e refere-se as questões físicas, biológicas e químicas, e não apenas químicas. O diagnóstico não pode ser feito apenas sobre os resultados das análises de solo. Quanto às análises químicas de solo, a amostragem é a etapa mais importante de todas”.
De acordo com o pesquisador o desafio é abordar a adubação adequada dentro de diferentes sistemas de produção. O produtor tem que adotar estratégias que possibilitem a ele a maior rentabilidade e estabilidade da sua atividade. E os fundamentos quanto a adubação propriamente dita estão bem estabelecidos. Ele explica que cada caso é um caso. Há situações em que é necessário “adubar” bem caso contrário a produtividade será muito limitada pela má nutrição da cultura. E há situações, quando solo apresenta-se corrigido quanto a acidez e teores de nutrientes, em que a produtividade não responde mais a adubação realizada.
Porém, Zancanaro afirma que há diferenças de respostas à adubação conforme o manejo do solo praticado ao longo dos anos. “O manejo de solo adotado ao longo dos anos em cada pedaço da lavoura interfere na eficiência de aproveitamento dos nutrientes presentes no solo e dos fertilizantes aplicados”. Há necessidade de estar consciente e entender que o manejo do solo adotado ao longo dos anos muda a dinâmica dos nutrientes no solo e a influência da condição de acidez do solo no desempenho das culturas.
Pesquisas desenvolvidas por Zancanaro e sua equipe no Programa de Monitoramento e Adubação (PMA) da Fundação MT confirmam a importância de considerar o balanço de nutrientes principalmente em lavouras de alta produtividade, comuns no estado do Mato Grosso. Ou seja, quanto maior a produtividade de um sistema de produção maior é a quantidade de nutrientes exportada por hectare. Isto traz implicações práticas importantes.E são justamentes estas implicações que o pesquisador está apresentando no Fundação MT em Campo: É Hora de Plantar Soja 2010 na palestra “Respostas a Adubação e Manejo do Solo”. Além disso, ele discute com os participantes do evento a influência do manejo do solo adotado na lavoura e sobre a eficiência de aproveitamento dos nutrientes do solo e dos fertilizantes.
Produtores da região sul de Mato Grosso, da sudeste, do Araguaia e de Mineiros (GO) já receberam as recomendações da equipe técnica para planejar a safra 2010/2011 de soja. Semana que vem será a vez dos produtores da região dos Parecis, do Médio Norte e Norte do estado receber informações sobre os cuidados principais antes de começar o plantio da próxima safra.
Confira a programação completa do evento no site www.fundacaomt.com.br
Fonte: Imprensa Fundação MT