Cursos também podem ser alternativa para quem quer largar a atividade rural
Por Kátia Baggio
Cada vez mais a agricultura exige mão-de-obra qualificada até mesmo nos empregos indiretos. A profissão de mecânico de tratores, por exemplo, está valorizada para quem domina os novos motores e começa a ser uma alternativa para quem se desanimou com as incertezas que a atividade rural pode oferecer.
Uma oficina-escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná (Senar/PR), em Ibiporã, no norte do Estado, recebeu durante toda a semana mecânicos que trabalham em usinas de açúcar e álcool. As empresas geralmente têm frotas de tratores e fica mais barato contratar um profissional especializado do que terceirizar a manutenção. O gerente-técnico do Senar, Élcio Chagas, lembra que, com a mecanização cada vez maior nas lavouras de cana e café, deve aumentar a procura por cursos como esse.
Mais de 8,5 mil pessoas fizeram o curso do Senar este ano. O instrutor, Daniel de Vergennes, destaca o interesse dos alunos e a valorização da oportunidade.
A maioria dos participantes vem para o curso para se reciclar e, quem sabe, melhorar a renda mensal e até garantir o emprego, já que passa a ser mão de obra qualificada. Mas o curso revela outra realidade: alguns participantes estão em busca de uma nova profissão.
O produtor Clores Macanhão sempre foi arrendatário na agricultura. Ele desistiu na safra passada por conta da seca e percebeu que como mecânico de tratores pode mudar de vida. Geraldo Cabral passou pelo mesmo problema. Ela era agricultor e consertava sozinho o trator que tinha. Há oito anos descobriu que era bom com motores e trocou de profissão.
A oficina-escola do Senar de Ibiporã foi equipada através de uma parceira com uma revendedora local de tratores. Os cursos são gratuitos e atendem aos produtores associados ao Sistema Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Senar.
Fonte: Canal Rural