Melões de Mossoró ganham o mundo

Há dois anos a produção de melões do assentamento de sem-terra de Oziel Alves, localizado em Mossoró, a 277 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte, deixou de ser distribuída apenas no mercado nacional para conquistar espaço no mercado europeu.

O passo inicial para a exportação foi dado com a formação de uma parceria com a trading catarinense RBR, por meio de contatos intermediados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

“Fizemos um primeiro contato com esse grupo de produtores em 2008, e percebemos que havia um interesse comum entre nós. Essa afinidade permitiu o aprofundamento dos negócios e da parceria. Além disso, os grandes exportadores já tinham seus clientes no mercado e não havia espaço para desenvolver um trabalho conosco. Desta forma, decidimos começar com um pequeno volume e desenvolver [o negócio] em conjunto com os produtores do assentamento”, relata Verno Bierhals Junior, gerente comercial da RBR.

Hoje, com 20 produtores envolvidos e oferecendo trabalho a 115 pessoas, as exportações das frutas do assentamento rendem R$ 500 mil de lucro líquido por ano. Segundo Jair Andrade, presidente da Cooperativa dos Produtores do Assentamento Oziel Alves, o investimento inicial para começar a exportar foi de R$ 600 mil. A produção de frutas, que também inclui melancias, é a única fonte de renda para as 132 famílias assentadas.

As frutas vão para Noruega, Dinamarca, Finlândia, Polônia, Lituânia, Rússia, Ucrânia, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal e Malta. Segundo Bierhals, as negociações foram feitas por meio do escritório que a trading mantém na Holanda. “Apresentamos os melões aos nossos clientes e tratamos de adequar a produção às suas necessidades, assim fomos crescendo.”

O sabor das frutas brasileiras foi um fator fundamental para o sucesso das vendas no mercado externo. “A aceitação foi excelente. O sabor e a qualidade geral foram considerados muito bons, fato que permitiu a ampliação dos programas e das áreas de plantio”, acrescentou o executivo.

Franco Marinho, gestor do projeto de Fruticultura do Sebrae, relata que para internacionalizar a produção, foi necessária a obtenção de certificações como a Produção Integrada do Melão, nacional, e a Global Gap, obrigatória para exportar para a Europa.

Os números da produção mostram ainda que a tendência é de crescimento. A safra de 2009 foi de mil toneladas, já a de 2010 chegou a três mil toneladas.

Há possibilidades de entrar no mercado árabe? Sim, elas existem, conta Bierhals. “Temos alguns contatos nos países árabes em relação a maçãs e limões, mas nunca oferecemos melões. Se houver interesse e boa opção de logística, seria muito bom oferecer nossos produtos a este mercado.”

Contato:
RBR Trading
Email: junior@rbrtrading.com.br
Tel.: (49) 3246-1606

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe