Por Leandro Costa
Para o agrônomo do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, Hélio Watanabe, falta à cadeia produtiva da batata-doce uma maior profissionalização. A ausência de padronização das batatas é um dos principais gargalos. “Há hoje muita variabilidade genética. O produtor simplesmente pega a batata-semente e planta. Não há melhoramento”, diz. Segundo Watanabe, isso gera mais trabalho e custos, para quem vai comercializar a batata-doce, como é o caso do atacadista José Luiz Batista, que vende cerca de 500 toneladas do produto por ano.
Como fornece para grandes redes de varejo, Batista é obrigado a reclassificar todo o produto que recebe. Ele reclama também das embalagens adotadas no transporte do campo para o entreposto. “Muitos ainda usam caixas de madeira, que causam muitos danos mecânicos e prejuízos”,diz.
Batista atribui esses gargalos de desenvolvimento na cadeia ao baixo consumo do produto por parte da população. “Não há cultura de consumo da batata-doce no dia a dia das pessoas, só em épocas específicas, como em festas juninas. Então, como o consumo não cresce, não há incentivo nem exigências de melhoria do manejo da porteira para fora.”
Nova variedade. A Embrapa, por meio do programa Biofort, que reúne 11 centros de pesquisa da instituição, está introduzindo uma nova variedade de batata-doce, chamada de beauregard, de origem norte-americana. A nova cultivar foi trazida para cá por meio de um convênio com o Centro Internacional de La Papa, do Peru, e é rica em vitamina A, pois diferentemente das variedades de polpa branca ou creme, esta cultivar tem polpa alaranjada. “Chegamos a essa variedade após avaliar 43 materiais, enviados pelo Peru”, diz o agrônomo da Embrapa Hortaliças, Werito Melo. Em breve, a variedade estará disponível a pequenos produtores.
Fonte: O Estado de S.Paulo