Em Mogi das Cruzes, no Cinturão Verde paulista, agricultor Luís Yano está testando variedades importadas
Por Fernanda Yoneya
O investimento mais recente do agricultor Luís Yano, de Mogi das Cruzes (SP), conhecido por ser o pioneiro no País na produção de hortaliças especiais, é no cultivo de alfaces exóticas. Em seus 2,5 hectares de horta, Yano reservou 12 canteiros para plantar 76 variedades de alface, todas importadas dos Estados Unidos.
A ideia do agricultor é observar as características de cada uma dessas variedades e seu desenvolvimento na região e selecionar as que forem viáveis para o plantio comercial. Para ser viável comercialmente, explica, a alface deve ter um bom corte, ter um visual bonito e um bom tamanho, que dê volume para as folhas. “Vou esperar um ano para ver quais alfaces produzem o ano todo. De 76, devo ficar com 8, 10 variedades.”
Parceria. As sementes foram obtidas por meio de parceria entre uma empresa de sementes de Minas Gerais e uma empresa californiana. “Essa empresa de Minas me passou as sementes para eu testar no campo”, explica Yano, que plantou 48 pés de cada variedade. A semeadura foi feita em fevereiro e as mudas foram transplantadas para os canteiros em março. Com ciclo médio de 45 dias, já estão em fase de colheita.
As variedades são identificada por números. Algumas assemelham-se a alfaces nacionais, mas outras chamam a atenção pela coloração, formato, maciez e sabor das folhas. Há uma alface lisa que é mini, forma uma cabeça (repolhuda) e tem a folha macia, ideal para a dona de casa, pois o aproveitamento é de 100%, segundo Yano. Outra variedade é de uma alface crespa com folhas verdes e brilhantes. Há, ainda, a alface que parece uma flor, alface romana roxa, alface com folha arredondada, com folha repicada, alface crocante, mini-alface americana e a alface “multileaf” que, em um único corte, solta todas as folhas.
Segundo Yano, o plantio das variedades importadas é igual ao da alface nacional, mas algumas importadas são mais suscetíveis a pragas e doenças ou exigem mais adubo. “Como é plantio experimental, não usei produto químico para saber qual é mais sensível. Algumas resistiram bem a alguns ataques de pragas, outras não”, afirma.
Fonte: O Estado de S.Paulo