As perspectivas de aumento na rentabilidade da fruticultura potiguar são otimistas. A atividade coloca o Rio Grande do Norte como segundo maior exportador de frutas do Brasil, tanto em quantitativo e em volume de receita. Somente no ano passado, o estado exportou 135,7 mil toneladas de frutas, gerando uma receita de 118,3 milhões de dólares, segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Pelos dados do MDIC, no primeiro trimestre do corrente ano, o valor da exportação seis frutas (banana, castanha de caju, manga, mamão, melancia e melão) já soma 31,5 milhões de dólares, correspondentes a um volume de 39,5 mil toneladas.
Sebrae RN tem trabalhos para congregar pequenos agricultores, melhorar práticas e incrementar negócios da fruticulturaPara aumentar ainda mais esse patamar e favorecer os pequenos negócios, o Sebrae RN tem como estratégia a união de pequenos produtores para comercializar as frutas em conjunto. A meta é chegar até o fim do ano com um aumento de 60% nas vendas.De acordo com o gestor do Projeto de Fruticultura do Sebrae no Rio Grande do Norte, Franco Marinho Ramos, além das vendas conjuntas, a expectativa é elevar o volume de venda de frutas dos produtores participantes do programa em até 30% até dezembro deste ano. Outra meta é ampliar a quantidade de produtos processados das frutas em 50% nos próximos sete meses. Até lá, o Sebrae pretende dobrar a quantidade de empresas certificadas em Globalgap/PIF. O objetivo é também beneficiar 15% da produção de frutas. Segundo Franco Marinho, caso as metas não sejam alcançadas, a equipe do projeto já estruturou pleitos necessários para o cumprimento.
O plano contempla as seguintes premissas: manutenção da taxa cambial favorável à exportação não inferior a U$ 1,50; condições climáticas favoráveis; equilíbrio na incidência de pragas; estabilidade econômica com inflação mantendo-se em um dígito; estradas federais, estaduais e municipais em boas condições de tráfego; infra-estrutura portuária para escoamento da produção; aprovação pelo Sebrae Nacional dos projetos de certificação e indicação geográfica, inseridos nas ações.
Projeto
Há 10 anos o Sebrae RN desenvolve ações voltadas para o setor de fruticultura, congregando em um projeto, pequenos fruticultores e agroindústrias de processamento de frutas, organizados em associações e cooperativas, localizadas em municípios potiguares de Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues, Apodi, Assú, Baraúna, Carnaubais, Ipanguaçu, Mossoró, Pendências e Serra do Mel. No total, são 200 micro e pequenas empresas devidamente formalizadas.
A partir de 2005, o projeto passou a utilizar da ferramenta Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR), que proporcionou maior dinamismo na gestão dos negócios. O objetivo é desenvolver nas áreas produtoras a fruticultura e a agroindústria de forma técnica e racional para ampliar os mercados consumidores e melhorar a competitividade e a lucratividade. Dentro dessa visão, foram estipuladas algumas metas para este ano.
Dentre os focos estratégicos do projeto, estão a consolidação e a ampliação dos mercados consumidores, tanto local, regional e nacional, quanto internacional, a adoção de novas tecnologias para melhorar a qualidade das frutas e dos produtos processados e a diversificação da produção para gerar maior valor agregado por meio do processamento de frutos. Além disso, espera-se identificar linhas de crédito com juros e prazos compatíveis com a atividade e articular junto ao poder público e privado melhorias na infra-estrutura logística.
Atualmente, o setor enfrenta perdas em função das más condições logísticas do Rio Grande do Norte. “Queremos também fortalecer a certificação da indicação geográfica para o melão de Mossoró e promover a certificação em produção integrada de frutas, incluindo o melão, a manga e a banana”, espera o gestor do projeto.
Fonte: Tribuna do Norte