No geral, a chuva atingiu diferentes culturas, porém as hortaliças e leguminosas sofreram grandes perdas, o que deve aparecer nos próximos dias, tanto na oferta quanto nos preços finais ao consumidor.
Em Vila Oliva, interior de Caxias do Sul (RS), uma das roças de beterraba cultivadas pelo produtor Roberto Scopel, 52, foi totalmente devastada pela chuva.
Segundo o agricultor, da plantação deveriam sair no mínimo 4 mil caixas da hortaliça. Porém, com a terra lavada pela chuva, foi preciso tratar novamente o solo e replantar toda a área.
– Já semeei de novo, fez três dias sem chuva e eu aproveitei, agora é torcer para que o tempo colabore. Está começando a germinar, vou passar produto para ver se consigo controlar. Se a chuva prevista não for tão forte, ela vai desenvolver – explica Scopel.
Outras culturas produzidas pelo produtor, como a cenoura e o caqui, também sofreram com o excesso de água das últimas semanas. A cenoura não pode ser plantada com o solo encharcado, e o caqui tem criado uma pequena ferrugem por causa da umidade.
Além dos prejuízos recorrentes das tempestades de chuva e granizo, as frutas que resistem ficam mais fracas e com estética comprometida, e acabam perdendo seu valor de mercado.
As chuvas recentes podem comprometer a safra na região, porém produtores já sofrem na pele as intempéries de outubro. Na Linha 30, interior de Caxias, o agricultor Valmir Ballico contabiliza uma perda próxima a 60% nas parreiras. O produtor de 39 anos, que não tinha seguro, vai precisar arcar com as despesas, e já repensa a condição para o que vem.
– No ano passado já perdemos cerca de 40% com a geada. Comecei a pensar em seguro, não dá para trabalhar assim, os insumos são caros, tem todo o investimento, então não dá para arriscar – sentencia.
Jornal O Pioneiro de Caxias do Sul