Preço de alimentos acaba com deflação do IPC-S

A perda de fôlego em quedas e em desacelerações de preços dos alimentos in natura do varejo levaram ao término da deflação no IPC-S na cidade de São Paulo (de -0,09% para 0,00%), entre a última quadrissemana de outubro e a primeira quadrissemana de novembro. Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz houve queda menos intensa de preços em frutas (de -8,28% para -6,63%); e aceleração de preços em hortaliças e legumes (de 0,28% para 0,95%).

Braz explicou que os preços dos itens in natura já caíram muito no varejo em São Paulo, e agora começam a subir novamente. “Isso fez com que a deflação no grupo alimentação perdesse força”, afirmou o técnico, acrescentando que a queda de preços nesta classe de despesa passou de -1,38% para -1,12%, entre a última quadrissemana de outubro e a primeira quadrissemana de novembro.

O especialista comentou que a influência dos in natura foi tão forte que acabou por conter o impacto benéfico, na inflação, da desaceleração de preços em tarifas e preços administrados em São Paulo. É o caso de taxa de água e esgoto (de 1,45% para 0,43%); gás de botijão (de 3,26% para 2,35%); e telefonia fixa (de 0,33% para 0,17%). Estes produtos e serviços passaram por recente reajuste, mas o auge do impacto do aumento já foi captado pelo índice de varejo na cidade de São Paulo. “A tendência agora é de desaceleração de preços, nestes itens”, afirmou.

Para as próximas apurações do IPC-S na cidade, o economista não descarta taxas positivas na inflação do varejo em São Paulo. Isso porque os preços dos in natura devem continuar a acelerar ou a cair menos na cidade. Esse cenário vai ajudar a puxar para cima a taxa do IPC-S em São Paulo e, por consequência, a taxa do indicador completo – visto que a capital paulista é a de maior peso no IPC-S total, calculado a partir de pesquisas de preços em sete cidades.

Fonte: Agência Estado