(Foto: João Carlos Nascimento)
Por Leslie Cia Silveira
Região – A inflação que incide no setor de hortifrutigranjeiros fez os preços dos alimentos dispararem. As frutas tiveram uma alta média de 30% no valor final para o consumidor e os legumes e verduras estão, em média, 25% mais caros para o bolso do consumidor. Nas feiras livres da região os comerciantes confirmam a disparada dos preços e o consumidor, por sua vez, cria estratégia para não tirar esses alimentos saudáveis da cesta básica.
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) revelou que o reajuste no valor das frutas, verduras e legumes “desanima o brasileiro a manter uma dieta mais saudável”. A influência da alta está ligada diretamente aos impostos, trouxe o levantamento.
O estudo revelou ainda que para a população ter uma alimentação saudável é preciso gastar mais do que comprando produtos industrializados e mais calóricos. A pesquisa inclusive sugere ao governo que estude mudanças na carga tributária das frutas, verduras e legumes. Os pesquisadores calcularam que uma redução de 10% no preço das frutas, legumes e verduras significaria um crescimento de 8% no consumo desses gêneros.
Os produtos tipo exportação são os vilões do bolso do consumidor. Lideram a alta a uva chilena, maça argentina e pera portuguesa. Esses itens já aumentaram 15% conforme levantamento realizado pela rádio VOCÊ (AM-580) junto aos feirantes. Na feira da Rua Iugoslávia, no Jardim Europa, Sérgio Canteiro, que é feirante há 43 anos, contou que a alta foi repassada para os clientes. “O povo é que tem de arcar com isso”, citou.
Canteiro trabalha com 63 tipos de itens entre frutas (32 tipos) e legumes. Ele revelou que as queixas dos consumidores é constante. “Cada vez mais eles reclamam e isso já refletiu no movimento. As vendas não estão boas”, afirmou.
Além da inflação outro fator que deve manter os preços das hortaliças, frutas e legumes elevados é a chuva. A perda estimada pelos feirantes é de 30% do total da produção.
No bolso
Os freqüentadores assíduos das feiras livres que estão atrás de produtos de qualidade já sentiram os efeitos do repasse dos impostos para os gêneros alimentícios. “Os preços aumentaram bastante”, disse Glacy Camilo Minenelli. Ela contou que tem feito pesquisa de preço também nos supermercados para verificar a possibilidade de encontrar itens com preços mais em conta.
“Tenho tentado aproveitar as promoções dos supermercados. Mas o quilo da uva, por exemplo, você não encontra por menos de R$ 6 ou R$ 7. O melão custa R$ 4,50 sem falar das peras e maças”, observou a consumidora. Assim como outros consumidores, ela também aderiu a sugestão de fazer a feira próximo da hora do almoço. “É para ver se a gente encontra preços mais baixos. A batata, por exemplo, a gente consegue comprar a R$ 0,99 o quilo (a mais inferior)”, citou.
Fonte: Jornal O Liberal