Produtos como o chuchu, além de cenourinha, berinjela e pimentão tiveram alta nos valores
Por Rodrigo Gasparini
Jair Gonçalves, mais conhecido por ‘Baita, é presença certa na feira livre da Vila Santana, em Sorocaba. Entre uma venda e outra, enquanto pesa os legumes e calcula o troco, aproveita para conversar com os clientes. E nos últimos dias o bate-papo tem tema certo: a alta no preço de legumes e verduras, ocasionada pela recente temporada de chuvas fortes.
É bicho feio, resume o feirante, sobre a necessidade de repassar os reajustes aos consumidores. Jair conta que, ainda na quarta-feira, pagou R$ 50 numa caixa de chuchu que normalmente custa R$ 20. Por conta do preço, ele deixou de adquirir as três caixas que gostaria e comprou apenas uma. Mas não tenho medo do preço, eu compro. E tenho que vender, afirma. Na barraca dele, produtos como o próprio chuchu, além de cenourinha, berinjela e pimentão tiveram alta nos valores.
Em alguns casos, o reajuste passou da casa dos 100%, tudo por causa da diminuição na oferta dos produtos. Entre os vendedores, há quem não tema o repasse ao consumidor – como no caso de Jair -, mas há também quem fique ressabiado por conta do risco de não conseguir comercializar as hortaliças. Está ruim de comprar (para revender), só mesmo por encomenda, reclama o feirante Alexandre Antunes.
Na banca dele, brócolis, vagem, beterraba, couve-flor, acelga e repolho tiveram reajuste e houve até o que deixou de ser comercializado. Parei de vender o brócolis tipo ninja, pois sairia R$ 4 um único pé, afirma. O alface é outro problema: Eles (os fornecedores) estão repartindo para todo mundo ficar com um pouquinho.
É um assalto
Se a situação é difícil para os feirantes, quem precisa comprar verduras e legumes sofre ainda mais. É o caso de Amanda Santos, que sabe de cabeça quanto cada produto que consome teve de aumento. Casos como do pepino (que passou de R$ 2,50 para R$ 5,50) e da alface (que teve o preço elevado de R$ 1 para R$ 2,50).
Está um assalto. Parece que as verduras estão vindo do Afeganistão, revolta-se. Para conviver com a alta nos preços, Amanda precisou reduzir o consumo de hortaliças pela metade e procura pelas ofertas. Venho à feira na hora da xepa.
Os preços inflacionados tornam a situação complicada para quem tem a alimentação à base de verduras e legumes. É o caso de Iraci Rodrigues Matielli Dias. Como não pode deixar de comprar estes produtos, acaba gastando mais que o dobro do que antes das chuvas. Lá em casa é muita gente e fazemos uma dieta, explica. Mas, mesmo com a necessidade de consumo, a alta nos preços forçou a mudança de alguns costumes: Diminui bastante a chicória.
Queda em 15 dias
O preço das hortaliças devem voltar ao normal dentro de 15 dias. A avaliação é de Luiz Antonio Marcello, presidente do Sindicato Rural de Sorocaba. É o período necessário para voltar a aparecer as mercadorias, afirma. A explicação está na lei da oferta e da procura: com mais produtos à venda e opções de escolha para os consumidores, a tendência é que os preços caiam.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul