Resultados já aparecem e empresários locais, apoiados pelo Sebrae, começam a vender seus produtos na região
Com a orientação em focar os projetos para o mercado, a aposta do Projeto Mercado Agroecológico de Frutas e Hortaliças, realizado em Imperatriz (MA), desenvolvido pelo Sebrae, é no crescimento dos orgânicos para a busca de diferencial. E os produtores já estão obtendo resultados.
Um exemplo: do mix de 37 produtos, toda a produção agroecológica de uma das associações que integra o projeto – cerca de 60 toneladas por mês – é vendida nos supermercados, nas feiras livres e para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que distribui às escolas da rede pública de ensino. O projeto está em vias de iniciar o processo de certificação dos produtos para receber o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (Sisorg).
“É importante dizer que estamos na transição entre a cultura tradicional e a orgânica. Por isso, chamamos de produtos agroecológicos, nos quais usamos no manejo técnicas ecologicamente corretas, com a total retirada dos agrotóxicos. Alguns produtores ainda são resistentes aos novos conceitos e continuam utilizando técnicas antigas, pois trazem resultados mais rápidos”, coloca a gestora do Mercado Agroecológico de Frutas e Hortaliças, Márcia Maria Ferreira.
Ecologicamente correto
Quem sempre acreditou que poderia oferecer um diferencial no produto, com a inserção de técnicas ecologicamente corretas, não se arrepende. Assim acontece com os produtores Rosa Maria Silva e o marido Jaldinar Bandeira. Há dez anos, quando o Sebrae começou a trabalhar esses conceitos junto aos produtores de Imperatriz, eles não pensaram duas vezes: 100% de sua horta tornou-se agroecológica.
“Passei a produzir muito com pouco espaço e aprendi que, trabalhando com tecnologia, planejamento de plantio, adubo com cobertura morta e permuta de culturas, por exemplo, terei sempre produtos para atender o mercado. E um bom produto, principalmente para a saúde de quem consome. Esse é o nosso diferencial”, destaca Rosa, que divide o lucro da Associação dos Horticultores da Área da Infraero de Imperatriz (Asshorti) com mais 48 membros. “No final do mês, a gente consegue tirar mais de R$ 3 mil. Antes, morávamos na própria área da nossa horta. Hoje, já deu para alugar uma casinha na cidade, comprar um carro para transportar os produtos e ter mais qualidade de vida”, conta.
Cinturão Verde
O projeto integra o Programa Infraero Social e é desenvolvido desde 2001 em uma área de mais de 815 m² do Aeroporto de Imperatriz, contando com a parceria do Sebrae e de diversos órgãos governamentais e privados. O objetivo é melhorar a qualidade e a produtividade da horticultura por meio do aumento da produção, conquista de novos mercados, implantação de práticas agroecológicas visando, em breve, a produção orgânica. Os produtores também recebem aulas de informática, treinamentos, alfabetização e atendimento médico-odontológico.
No local, foi construída infraestrutura adequada com estufas para produção de mudas em bandejas, áreas para criação e minhocas, compostagem, canteiros para pesquisas com hortaliças e ervas medicinais, higienização de verduras, galpão para preparo de substratos, laboratório para pesquisa e produção de fitoterápicos. O projeto ganhou destaque como exemplo de prática social sustentável para a região.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias