Raios matam mais homens; 5% morrem em casa, diz estudo

Os homens são as principais vítimas de raios em São Paulo. Entre 2000 e 2009, 85% das pessoas que morreram após serem atingidas por descarga elétrica no Estado eram do sexo masculino. A informação é de um estudo do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), ligado ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Foram 230 mortes no Estado no período: 196 homens e 34 mulheres. A maioria das vítimas (60%) tinha entre 25 e 59 anos. Crianças de até 14 anos e idosos com mais de 60 foram a minoria (12%, na soma).

O Elat também identificou que a agropecuária foi a principal atividade relacionada a esse tipo de ocorrência. Do total de mortos, 20% eram trabalhadores rurais que recolhiam animais ou manipulavam ferramentas como enxada e facão no meio de plantações.

As mortes em campos de futebol vêm na segunda posição, com 15%, mesmo índice dos óbitos devido à proximidade da vítima com meios de transportes (aviões, carros, na carroceria de caminhão, sobre motocicletas, bicicletas e cavalos).

O levantamento mostra que, mesmo dentro de casa, existe o risco de morrer atingido por um raio. Morreram nessa condição 5% das vítimas. Outros 2% foram atingidos quando falavam ao telefone.

De acordo com o coordenador do Elat e da pesquisa, Osmar Pinto Junior, os homens são as maiores vítimas dos raios porque estão mais expostos. “Os homens, e os adultos, exercem mais atividades ao ar livre, como o futebol e a agropecuária”, disse.

Além disso, ele apontou que pessoas em lugares descampados têm mais chances de serem atingidas. Na quarta, um costureiro boliviano morreu em uma praça do Pari, em uma tempestade, ao voltar para casa.

É mito que homens altos são mais suscetíveis aos raios.

O Estado é líder no número de mortes por raio, com 17% dos casos registrados de 2000 a 2009 no país. Já a cidade de São Paulo é, dentro do Estado, a campeã desse tipo de ocorrência: foram 14 no período.

Junior afirma que as mortes em São Paulo são “relativamente altas” se comparadas, por exemplo, ao Estado da Flórida, o que registra mais óbitos provocados por raios nos EUA. Lá, em média, nove pessoas morreram por ano entre 1990 e 2003. Aqui, entre 2000 e 2009 foram 23. “Atribuo essa diferença à falta de informação em relação aos raios e à maneira de se proteger deles. A maioria dessas mortes poderia ser evitada se as pessoas tivessem mais informações”, disse ele.

Fonte: Folha Online