Por Eline Santos
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu, sexta-feira (5), uma agenda comum para estruturar os próximos passos do setor
“O ministério segue uma pauta para preparar a agricultura para o futuro, mas isso não pode partir só do governo. É preciso que todos os envolvidos, direta ou indiretamente, promovam o agronegócio dentro de sua importância para a economia”, disse Stephanes, durante a abertura do 31º Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx), em Londrina/PR.
O ministro destacou como item principal dessa agenda a pesquisa científica aplicada ao desenvolvimento de novas tecnologias de produção. Ele ressaltou que, mesmo com o trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e instituições estaduais de pesquisa, é preciso outros investimentos na área para que a pesquisa avance e se torne mais eficiente. “Podemos trazer a biotecnologia e nanotecnologia para a agricultura”, exemplificou.
A defesa sanitária animal e vegetal foi o segundo ponto levantado pelo ministro como estratégico para o progresso da agropecuária. “O mundo está cada vez mais exigente e rigoroso em termos de qualidade do produto que vai consumir”, afirmou. Ele lembrou que as questões sanitárias podem causar prejuízo econômico a um país exportador, citando o caso da febre aftosa em Mato Grosso do Sul, em 2005. “Perdemos vários mercados e, mesmo com a recuperação de alguns deles, ainda não conseguimos reabrir outros grandes, como o Japão”, lamentou.
“Situação confortável” – Apesar dos problemas enfrentados no passado, ele acredita que o Brasil está, hoje, em situação “confortável” na relação a outras nações importadoras. “Todos os problemas que tivemos com Estados Unidos, Rússia, União Europeia, China e Chile estão praticamente resolvidos. Mas, essa é uma área da qual não podemos descuidar”, avisou.
O avanço no comércio exterior também está entre as prioridades apontadas por Stephanes. “A nossa função é trabalhar constantemente na abertura de novos mercados e promoção dos produtos brasileiros lá fora, para que o nosso agricultor possa aumentar a renda”, explicou. O ministro disse, ainda, que a ação não pode ser voltada apenas para itens de grande importância na pauta exportadora brasileira, mas para outros nichos de mercado, como o mel, a cachaça e produtos orgânicos.
Infraestrutura – Stephanes ressaltou a logística adequada ao comércio agropecuário como item de debate permanente. “O agricultor brasileiro é eficiente “da porteira para dentro”, mas quando sai, há distâncias enormes para transportar soja, por exemplo, com perda de renda por falta de uma infraestrutura adequada”, comentou. Segundo o ministro, as questões já estão sendo estudadas e acredita que, no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC), em elaboração, grande parte dos gargalos deve ser resolvida.
Fonte: MAPA
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