A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo(SAA), por meio do Instituto Agronômico, (IAC) de Campinas, vem desenvolvendo um trabalho para melhorar a qualidade dos sistemas de irrigação, avaliando suas vantagens e limitações com o objetivo de economizar água e otimizar os equipamentos utilizados.
A pesquisadora da Secretaria, que atua no IAC, Regina Célia de Matos Pires, o trabalho é feito para ajudar o produtor a identificar o melhor momento para fazer a irrigação e ainda os cuidados na manutenção, associado à durabilidade do sistema. “Não existe um método de irrigação melhor do que outro. O que há é aquele que mais se adapta a cada situação específica e precisa ser utilizado associado ao manejo da água adequado, para evitar desperdícios”, disse.
O Secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, ressaltou que a transferência de tecnologias é relevante para contribuir com o conhecimento do agricultor. “Antes de escolher o sistema mais adequado para sua propriedade, o produtor precisa entender as características da cultura e dos métodos para saber se há necessidade de molhar as folhas ou não, por exemplo. O produtor precisa conhecer sobre espaçamento utilizado, a disponibilidade e a qualidade da água, as práticas culturais adotadas em sua propriedade e os custos”, explicou Arnaldo Jardim.
De acordo com Regina, o gotejamento é o método que proporciona maior economia de água. Porém, o produtor precisa considerar a cultura que será irrigada e as particularidades do cultivo para definir se o sistema é o que melhor se adequa à sua produção. “O pivô central, por exemplo, evoluiu muito nas últimas décadas e, atualmente, pode ter boa eficiência energética e de água. O produtor precisa ter informações para decidir qual é o melhor sistema para a sua propriedade”, disse Regina.
A pesquisadora lembrou de um experimento realizado pelo IAC com morangueiro cultivado em ambiente protegido e campo aberto, utilizando a irrigação por gotejamento. “Em ambiente aberto, devido à ocorrência de chuvas houve molhamento das folhas, o que aumentou a ocorrência de doenças. Outro fato observado foi que houve efeito do manejo da irrigação na severidade de doenças no ambiente protegido e isto mostra que não basta ter o sistema de irrigação, é necessário o manejo adequado”, ponderou.
Ela explicou que o consumo de água pelas plantas varia de acordo com o estágio de desenvolvimento, condições de clima e solo e práticas culturais adotadas, tratando-se de processo dinâmico e que requer monitoramento. “Para saber o melhor momento de irrigar, o produtor pode utilizar equipamentos de monitoramento da água no solo”, recomenda. Os equipamentos também permitem adotar as irrigações no momento adequado, avaliar a profundidade da frente de molhamento da água no solo e verificar se a irrigação está eficiente ou não. “Os sensores permitem aferir se a lâmina de irrigação está sendo utilizada de forma correta e, assim, evitar o desperdício”, afirmou.
Outra forma de manejo da irrigação que pode ser utilizada é considera o clima e a planta para estimar o volume de irrigação. Neste contexto, a dinâmica da demanda climática é apontada por Regina como informação fundamental. Mesmo em condições adequadas de disponibilidade de água no solo o consumo das plantas poderá variar de acordo com a situação climática. Assim, a irrigação irá variar em dias com temperaturas, umidade, velocidade do vento e radiação solar diferentes. “Não há uma quantidade única de água que pode ser recomendada ao agricultor ao longo do ciclo, é necessário o ajuste em função do desenvolvimento da cultura e do clima”, afirma a pesquisadora do IAC.
A demanda de água varia muito com as condições de clima, por isso a necessidade de transferir informações, para evitar que o produtor erre no momento ou quantidade de água da irrigação”, explica a pesquisadora do Instituto Agronômico.
Fonte: Instituto Agronômico