Se no passado os povos celebravam e consagravam as sementes todos os anos, hoje há iniciativas pontuais para resgatar a variabilidade genética das
A semente de um raro milho branco, chamado de catete branco; uma variedade de feijão, conhecido como feijão-arroz, porque a semente é comprida e fina como os grãos de arroz; e ainda espécies centenárias de favas, abóboras e melancias. Todo este material cuja variabilidade genética estava ameaçada pela produção em
Há 14 anos, a Unaic, União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu, município do Rio Grande do Sul, desenvolve esse projeto. A semente crioula é aquela que não foi geneticamente modificada. Hoje em dia, trata-se de um patrimônio genético só encontrado nas comunidades mais antigas, como os agricultores familiares ou grupos mais tradicionais como indígenas e quilombolas. O objetivo da Unaic, desde que foi criada, é reunir estas comunidades e fazer com que os agricultores mais tradicionais multipliquem suas sementes. Com a ajuda dos técnicos especializados e parcerias com órgãos como a Embrapa e outros, o excedente da produção é comercializado por meio do banco de
A produção de Sementes Crioulas na Unaic começou a ser realizada em setembro de 1994, com assessoria técnica da Pastoral Rural da Igreja Católica e Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), entidade que é ligada à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). O programa conta ainda com o apoio da EMBRAPA, que contribuiu com a troca de material genético entre a empresa e os agricultores. No ano de 1997 foi criado o Banco Comunitário de Sementes, com o objetivo de promover a troca de sementes entre os agricultores e, consequentemente, a reprodução e preservação dessas variedades.