Por Mauro Banderali*
A decisão do quando e quanto aplicar de água em uma cultura é uma das etapas mais críticas e recorrentes no processo agrícola. Por esta razão, ela merece atenção redobrada por parte do produtor, principalmente, com relação ao funcionamento de seu sistema de irrigação.
Para auxiliar nesta tarefa existem no mercado equipamentos inteligentes que monitoram exatamente o “quando e quanto” da irrigação. São sensores de precipitação e de umidade do solo, que permitem descobrir se os níveis de umidade são aceitáveis para o bom desenvolvimento das culturas. Além disso, é possível utilizar a tecnologia para monitorar a umidade e temperatura do ar auxiliando na determinação da evapotranspiração, ou seja, o quanto de água que se perde para a atmosfera na forma de vapor. Com o monitoramento por meio de sensores é possível economizar de 30% a 50% no uso de água na irrigação.
A manutenção e a conservação desses equipamentos devem ser realizadas constantemente, em especial, no período da seca. É recomendável, um teste de distribuição de água, com a determinação da taxa de aplicação de água (mm/h) e a eficiência de irrigação, além de uma inspeção em todo o sistema de irrigação, para identificar os problemas de desperdícios e ineficiências. O resultado é uma avaliação do desempenho decorrente dos gastos de água e energia.
Outro aspecto importante é saber as condições do solo para irrigar e evitar os excessos da fertirrigação, evitando que os nutrientes aplicados no solo sejam lixiviados, ou seja, carregados ou transportados para o lençol freático. Além de prejuízo para o agricultor, esse fato torna-se um dano ao meio ambiente devido a contaminação das águas subterrâneas.
As informações usadas na irrigação devem ser baseadas nas determinações de taxa de aplicação de água e eficiência de irrigação e nas condições locais de cultura, solo e clima. Para determinar esses fatores é preciso um sistema com dataloggers e sensores espalhados pela área que se deseja monitorar, com a opção de se utilizar comunicação via rádio.
Os sensores de umidade do solo possibilitam ao produtor conhecer qual profundidade molhar, como se comportam as raízes em função da demanda hídrica e qual é a situação hídrica do solo em função do tempo (drenagem e infiltração). Já, outros sensores como o de molhamento foliar medem a duração do período de orvalho em que existe umidade na folha, a qual possui correlação com o desenvolvimento de doenças. Isto possibilita prever o momento exato do desenvolvimento de doenças e tomar medidas preventivas.
Estas são soluções trazem resultados significativos na redução do desperdício de água.
* Mauro Banderali é Engenheiro Agrônomo e ocupa o cargo de Diretor-Presidente da empresa especializada em monitoramento e remediação ambiental Ag Solve
Fonte: Ag Solve