Gastos das famílias com alimentação fora de casa aumentam

Os dados constam da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE.

Os gastos das famílias com alimentação fora de casa subiram e já representam 31,1% das despesas com alimentos, segundo a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2008-2009, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No último levantamento, de 2002-2003, o percentual era de 24,1%.

As despesas com alimentação representam 16,1 % do gasto total das famílias e 19,8% das despesas direcionados para o consumo, segundo a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2008-2009, do IBGE.

Desde a última pesquisa do tipo, outra mudança detectada nesse grupo foi o aumento dos gastos com alimentos mais caros, como carnes e frutas.

Na área urbana, a alimentação fora do domicílio representava mais de um terço (33,1%) da despesa com esse grupo, enquanto na área rural a participação da alimentação fora de casa era de 17,5%. Em 2002/03, a alimentação fora do domicílio tinha peso de 25,7% no Brasil urbano e 13,1% no rural.

O Sudeste tinha maior percentual de gastos com alimentação fora do domicílio (37,2%). As menores marcas ocorriam no Norte (21,4%) e Nordeste (23,5%).

Nas famílias com rendimentos mais altos (acima de R$ 10.375), a proporção da despesa com alimentação fora do domicílio chegava a 49,3%.

Pelos dados do IBGE, a despesa total com alimentação nas famílias com rendimentos mais altos foi quase seis vezes maior do que nas com rendimentos mais baixos. Em média, despesa mensal familiar com alimentação foi de R$ 421,72 –R$ 290,39 gastos no domicílio e R$ 131,33 fora dele.

O grupo de alimentos carnes, vísceras e pescados liderou os gastos com alimentação -21,9% da despesas com alimentação em 2008-2009, contra 18,3% em 2002-2003. Os gastos com frutas aumentaram de 4,2% para 4,6%. Já os com cereais e grãos caiu de 10,4% para 8% – o grupo inclui arroz e feijão.

Historicamente, porém, a alimentação perde espaço no orçamento das famílias, tendência já vivida em países de renda mais alta. O grupo tinha peso de 33,9% em 1974-1975. Passou para 20,8% em 2002-2003 e chegou a 19,8% na última pesquisa.

Já os gastos com habitação avançaram – de 30,4% em 1974-1975 para 35,9% em 2008-2009. Já as com transportes subiram de 11,2% para 19,6% e, pela primeira vez, quase igualam as despesas com alimentação. Os três grupos absorvem 75% do orçamentos das famílias brasileiras.

Segundo dados do IBGE, as despesas de consumo corresponderam a 81,3% de todos os gastos das famílias – R$ 2 134,77, na média mensal. O restante é usado para aquisição de imóveis, pagamento de dívidas, tributos e encargos trabalhistas, entre outros.

A família brasileira tinha uma despesa média R$ 2.626,31 por mês – as do Sudeste gastavam (R$ 3.135,80) quase o dobro do que as do Nordeste (R$ 1.700,26).

Fonte: Portugal Digital