Perdas na lavoura por causa das chuvas chegam a R$ 700 mi

Dos 732 hectares de arroz já semeados no Rio Grande do Sul, 23% (240 mil) estão em situação de alagamento. De acordo com relatório sobre os problemas causados pelo excesso de chuva nos últimos meses – divulgado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e pela Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) na manhã desta quarta-feira (2) – os prejuízos já somam aproximadamente R$ 700 milhões.

Em consequencia, a safra de 2010 deve ter uma redução de cerca de 800 mil toneladas, o que representa 10% a menos de 2009, que foi de 8 milhões de toneladas. Em virtudes das e do manejo, os agricultores estão atrasando a semeadura e podem perder a época ideal para realizar o processo.

A região da Fronteira Oeste – que ainda nesta quarta-feira foi vitima de mais uma forte tempestade – é a mais prejudicada. Até o momento, entre áreas semeadas e não semeadas, 114 mil hectares foram atingidos. Uruguaiana é o município que mais sofre com o fenômeno El Niño.

Em seguida, a região da Depressão Central contabiliza um prejuízo de aproximadamente 61 mil hectares da área semeada e não semeada, todos debaixo d´água. Cachoeira do Sul é o município mais atingido. Algumas lavouras estão alagadas há mais de uma semana.

A região da Campanha contabiliza 46 mil hectares alagados, entre semeado e não semeado, e Dom Pedrito é município mais afetado com 17 mil hectares. Profissionais do Irga, dos núcleos de assistência técnica no interior, estão orientando os produtores.

Até agora, foi plantado 70% da semeadura. Apesar do clima desfavorável, a expectativa é de que até meados de dezembro os produtores possam semear o restante, com recomendação de uso das cultivares de ciclo precoce e médio. O Irga, inclusive, já fez um levantamento junto aos produtores de sementes certificadas e existem 30 mil sacos destes materiais disponíveis aos agricultores que tiveram suas lavouras atingidas pelo excesso de chuva.

O setor produtivo está reunido em Brasília nesta quarta-feira para solicitar apoio, com demanda emergencial de R$ 220 milhões para ajudar os produtores arrozeiros. Segundo a metereologia, as condições adversas para as plantações são as piores dos últimos cem anos.

O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer, acompanhará o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, João Carlos Machado, para uma reunião em Brasília com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.


Fonte: Jornal do Comércio